da gravidez a maternidade..

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Aos avós..

Ando nem um pouco inspirada, portando, segue um texto bem bacana que achei por aqui..
aos meus pais, aos meus sogros.. obrigada pelo carinho e pela felicidade que emanam por se tornarem avós.. essa nova etapa de nossas vidas tem um sabor melhor por causa de vocês.. mesmo, que eu não queira tudo rosa! amo-os.. obrigada!

Sobre pais, filhos e avós.

Há algo que eu só entendi completamente com a chegada da minha filhinha há alguns meses. É sobre os papéis e as motivações dos pais e avós na educação de uma criança. Sei que hoje em dia é cada dia mais comum que os avós cuidem de seus netos para que os pais possam trabalhar e ganhar algum dinheiro e levar uma vida melhor e etc. Sabemos que esta não é a situação ideal, e que bom seria se todas as mães pudessem e quisessem ficar em casa durante algum tempo para poder cuidar de seus filhos – eu sempre imagino este tempo como uns dois anos mais ou menos, mas acho que isso pode variar de família para família, dependendo das expectativas de cada um de seus membros e de suas necessidades.
Sempre ouvi dizer que os avós mimam e estragam as crianças e que são um problema na criação dos filhos porque fazem tudo o que a criança quer e etc. Quem já não ouviu ou sentiu isso na pele?
Outro dia estava em uma loja e conversava com um senhor que contava os feitos da netinha todo orgulhoso. Num determinado momento seu rosto ficou meio sério e ele disse: “é uma pena que a gente acabe estragando os netos de tanto mimo!”. Tive que discordar do vendedor e lhe expliquei que cada um tem seu papel: “os pais educam e os avós mimam, se assim não fosse, os avós seriam pais. E o que sobraria aos pais?”.
É o mesmo caso de pai e mãe. A mãe tem o papel de cuidar do bebê, cuidando da sua higiene, alimentação e do seu bem estar geral. O pai pode sim e deve ajudar, mas o seu papel é outro, ao pai fica a carga de ser o provedor do lar. É claro que existem famílias onde a coisa não é exatamente deste jeito, mas de qualquer forma o pai deve ser o apoio que a mãe precisa para cuidar despreocupadamente de seu bebê, venha este apoio de que forma vier.
Mas voltando ao caso dos avós. Quando estava grávida percebi a empolgação descontrolada de minha mãe ao saber que seria avó, e logo atrás dela vinham minhas irmãs e meu pai com uma felicidade que superava qualquer coisa que eu já havia visto. Quando a bebê nasceu, a empolgação e felicidade deles só aumentou. Era mesmo uma situação digna de alguma análise.
Vamos pensar: voltando sempre a fases anteriores para poder entender o que acontece e de onde vem esta empolgação, para assim poder achar a motivação desta felicidade toda.
Nascemos e temos um pai e uma mãe que nos dão carinho e amor e que cuidam da gente. Isso parece ótimo porque a segurança ao lado deles é total. Mas ai crescemos e vamos nos tornando mais e mais independentes fisicamente deles, o que é bom, mas sempre sobra uma saudadezinha, uma vontade, lá no fundo de ter alguém que cuide da gente como eles faziam, uma vontade de voltar a ser criança. Na maioria das famílias há também irmãos, o que nos deixa sem tantos cuidados quanto poderíamos querer de nossos pais, afinal, quanto mais irmãos menos atenção recebemos, e ai que se instala boa parte da carência que levamos por toda a vida.
Inevitavelmente nos tornamos adultos, e a maioria das pessoas acaba por encontrar alguém a quem ame e que traz de volta aquele sentimento de “tem alguém que agora vai cuidar de mim” e que substitui as figuras paternas. Que beleza! Agora nada mais pode dar errado. E com o tempo, a maioria destes casais acaba por ter filhos, planejados ou não, em boa hora ou não, mas a maioria ainda os tem. E se os irmãos vinham dividir um carinho que nós queríamos que fosse só nosso, e se esta pessoa que achamos para nos dar esse carinho substitui estes pais, o que significaria emocionalmente estes filhos? A emoção por um filho, sempre inconscientemente, é a de que ele vem quebrar a simbiose do casal. É a mesma emoção que os irmãos da vida real nos causam. Com certeza é muito daí que vem tanta descompensação emocional entre irmãos e entre pais e filhos.
Mas se você pudesse ter um filho, uma coisinha linda e pequena aonde você depositasse toda a sua esperança de um mundo melhor e pudesse passar por esta experiência sem que ele quebrasse o seu vinculo com o seu par, isso seria perfeito. É exatamente o que acontece com os avós, que vêm seus netos como filhos, mas sem a emoção deles serem como os irmãos e sem a responsabilidade de tê-los por perto o tempo todo, ao menos na maioria dos casos. E ainda por cima os avós podem mimá-los e dar a eles todo o amor possível, já que não são os responsáveis pela educação e ainda têm o privilégio de reparar ou compensar o que acreditam que deram erroneamente ou não deram aos filhos.
Portanto, pais, aproveitem cada etapa dos seus filhos, que elas não voltam mais no mesmo filho, e avós, aproveitem ainda mais os seus netos e não se privem de mimá-los, pois, como diz minha analista, amor não é ruim em medida alguma.

0 comentários: