da gravidez a maternidade..

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

. da saudade .

desde que eu e seu pai nos separamos, nós tivemos que lidar com esse trem-de-louco chamado saudade.
tem um texto da martha medeiros que diz que trancar um dedo na porta dói e entre outras coisas que ela diz, ao fim ela afirma que a saudade é coisa que dói mais que tudo. eu concordo. mas, não vou ficar aqui falando de como dói, de como é triste, ai ai ai, ui ui ui.
vou falar de como a gente sabe transformar a saudade! porque eu, mãe (aquariana), nunca tive dúvidas da guarda-compartilhada ou alternada, não sei o nome certo para esse acordo, porque (graças a deus!) nunca precisamos que um dotô-advogado nos dissesse como traçar essa relação a três, após a separação (e que continue assim para todo-sempre-amém!).

e aí, como não podíamos dividir você no meio, pernas pra um lado, braços pra outro, tentamos dividir com igualdade o tempo que você passa lá e cá. porque, pode lhe faltar rotina na sua vida, mas amor você tem de sobra, de todos os lados. e deu nisso.. essa divisão maluca, desde seus dois anos e quatro meses.

quando seu pai ou eu precisamos, o outro quebra o galho e fica mais tempo contigo ou menos tempo.

e nestes três anos idos, já ouvi coisa do tipo: "como você deixa ela ficar tanto tempo com o pai, eu não aguentaria", "não é muito confuso? ai que bagunça!" ou a frase máxima "tem é que ficar com a mãe, é a mãe que pode dar melhor educação." outras vezes, eu confesso que pensei também se eu não estava deixando você demais ou de menos. seria eu uma menas-main? mas, para todas estas dúvidas internas e externas eu respirei, parei e ouvi meu coração. parei pra te olhar. e sabe o que eu vi?

Uma menina feliz! Que tira toda essa situação de letra! Que vive com prazer aqui e ali e sabe lidar com a saudade, transformando-a em tempo pra si. Sim! Porque eu sei que quando você está longe você só pensa em mim quando está em dificuldade! Você aprendeu a viver o momento, do jeito que ele é.. sem estar com o corpo num lugar e a cabeça em outro! E sabe que eu tenho aprendido isso com você, menininha sagitariana?

Você é uma menina inteirona! Está onde precisa estar, cabeça, corpo, joelho e pé! rs

E te confesso que quando você não está por perto eu invento mil coisas para não lembrar toda hora de você e vou preparando outras pensando na sua chegada e essa saudade vira alimento do amor que eu sinto por ti, que cresce, cresce, cresce..!

Então, taí a transformação.. pra quê rimar amor e dor, não é mesmo!

Eu sei também, que chegará o dia que você escolherá um lar pra se fixar, quando você for mais grandinha, mais espertinha, mais dentro do seu poder de escolha. Se for perto de mim eu vou amar! vou até fazer uma festa! rs Mas, se não for, saiba já.. que a porta vai estar sempre aberta, seu quarto e seus brinquedos (ou livros ou roupas...) preferidos sempre onde você deixou.. na minha vida você tem passe livre pra sempre!

e esse texto é cheio de saudade, porque faz mais de mês que a gente tá se vendo tão pouquinho.. e eu podia estar chorando (e tô um tiquim!),  inventando coisas pra te trazer pra mim, mas tô transformando em palavra, em escrito pra um dia você ler e dar risada ou chorar ou me entender mais um pouco, ou me achar mesmo uma mãe doida..

(.. porque quando você vai embora eu choro mesmo, arrumo seu quarto na maior tristeza, coloco uma música bem deprê e me acabo, depois seco as lágrimas e vou cuidar do seu mano e da vida e de mim.. e o tempo passa e você volta.)

amo você!

obrigada por me escolher!

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