da gravidez a maternidade..

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Nosso poetinha..


Eu e o Gustavo começamos a namorar ao som de Vinícius de Moraes, que transformou o que já estava sendo mágico, em um sonho bom.. era um romance moderno, século XXI com música e cheiro dos anos 60... foi muito bom esse comecinho. Ele caprichou na trilha sonora e eu me apaixonei de cara por ele.
Vinícius permite que você morra de amor, e se mil vezes for, você morrerá... as dores, os amores, têm lá sua parecência..
A fase poetinha-amor, passou... vieram outras..
Mas, ele continua por perto, tendo feito tantos poemas belos não podia deixar de falar sobre filhos, o resultado do amor bom (pelo menos assim deveria ser) entre duas pessoas e que desafia a matemática, provando bem que 1 + 1 é igual a 3.







Poema Enjoadinho

Vinícius de Moraes


Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

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