da gravidez a maternidade..

domingo, 23 de janeiro de 2011

"bith tela o céu, quelo!"


É assim que a içara volta e meia fala da bisa.

a bisa da içara partiu dia vinte e oito de dezembro de 2010. mas, está presente diariamente na nossa casa e conversa.

quase todos os dias a pequena lembra dela.

e hoje ela disse (e vou desenrolar para vocês entenderem): "bisa é estrela no céu, eu quero. casa da bisa. vamos?"

ela "liga" pra bisa, contando as coisas que lhe acontece do seu telefone de brinquedo. ela ouve a palavra sopinha e pergunta se foi a bisa quem fez.

essa história de estrela no céu, foi a vovó rô que contou pra içara. acho que foi a melhor opção.

o que íamos dizer pra pequena?

E tem dias que ela olha o céu azul, azul e diz: "bith!" - chamando pela bisa e diz um monte de "quelo (quero! quero! quero!)".

A relação das duas era muito especial, a içara e a dona neide ficavam radiantes nos seus encontros, brincavam sentadas no chão e pela casa. E a bisa remoçava, esquecia suas dores e se entregava ao brincar.

Se as avós são mães com cobertura de açucar, as bisavós são um banquete inteiro de bolos, brigadeiros, pipoca e chantily!

Com a bisa a içara aprendeu a comer bem, a mostrar banana com o braço e podia ter aprendido muito mais...

a bisa não ouviu nem viu o primeiro palavrão e eu só consigo pensar, que o pior da partida é o tanto que as duas ainda podiam ter se divertido juntas.

Fica agora, só o aperto no coração e a saudade imensa dos nossos domingos, da despedida do portão, das brincadeiras, dos palavrões, da mesa farta, da conversa fiada, do café - preto fresco passado no saco. E de tantas outras coisas pequeninas que a gente não se dá conta no convívio, mas que são as pedras fundamentais das relações e que fazem uma falta danada.

hoje é domingo. essa hora estaríamos voltando de lá. a içara provavelmente teria dormido no caminho, cansada de tanto brincar, correr, comer.

vai fazer um mês ainda e hoje entendo que algumas cicatrizes nunca saram por inteiro. ficam sempre latejando..

cada vez que a içara fala dela. lateja em nosso coração, olhos marejam e vamos crescendo junto com a pequenina, lembrando e relembrando e vivendo neste mar sem fim que é a saudade.

1 comentários:

Elis Cândido disse...

Meus olhos marejaram também... Belas lembranças que só tem quem teve amor!

Abraços sinceros.